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Água volta a descer nas barragens portuguesas. Quase todo o território em seca severa em maio

Água volta a descer nas barragens portuguesas. Quase todo o território em seca severa em maio

Embora as chuvas da primavera e a suspensão da produção da eletricidade tenham aliviado a pressão sobre as barragens nacionais, os níveis estão, neste momento – à entrada do verão –, longe dos registados o ano passado, e nalgumas barragens a água voltou mesmo a descer, noticiou o jornal i.

 

Por exemplo, na barragem de Castelo de Bode, os dados do Sistema Nacional de Monitorização de Recursos Hídricos (SNIRH), que o i consultou, dão conta que no domingo, dia 12 de junho, o nível da água estava nos 112,03 metros, encontrando-se a descer novamente durante a primeira quinzena de junho. 106 metros é o valor mínimo crítico fixado pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente para que a água esteja garantida para abastecer Lisboa. “Há um ano, sem seca, a cota da albufeira estava nos 118,10 metros”, escreveu o jornal i.

 

Quando à barragem do Alto Lindoso, os níveis da água também estão outra vez em trajetória descendente, estando a 12 de junho a 290,16 metros, sendo que a cota mínima atingida durante este ano foi de 287,06 metros. Sem seca, há um ano, os valores eram de 323,23 metros, lembrou o i.

 

Outro exemplo dado pelo jornal i é a barragem do Alto Rabagão. Nesta, a cota mínima atingida a 21 de janeiro foi de 850,21 e está, neste momento, nos 850,43, encontrando-se a “descer paulatinamente” desde maio.

 

Como lembra o jornal i, a pouca precipitação levou Espanha a anunciar a redução dos caudais dos rios que entram em território português, invocando o regime de exceção, devido à seca, o que isenta aquele país dos termos acordados na Convenção de Albufeira.

 

“Nas últimas décadas, a precipitação em Portugal e Espanha diminuiu 15%, prevendo-se que diminua entre 10% a 25% até ao fim do século”, recorda ainda aquele meio de comunicação.

 

Quase todo o território em seca severa em maio, o mais quente desde 1931

 

Quase todo o território de Portugal continental estava em seca severa no final de maio, o mais quente e seco dos últimos 92 anos, de acordo com o Instituto português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

 

A situação de seca meteorológica agravou-se em todo o território no final de maio com um aumento muito significativo da área em seca severa, estando agora 97%, quando em abril estava nos 4,3%, segundo o índice meteorológico de seca (PDSI).

 

No último dia do mês de maio, 97,1% estava em seca severa, 1,5 em seca moderada e 1,4 em seca extrema.

 

No final de abril, 8,5% de Portugal Continental estava em seca fraca e 4,3% em seca severa. Não se registava seca extrema.

 

O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

 

Além do índice de seca, o Boletim Climatológico do IPMA indica que o mês de maio classificou-se como extremamente quente e muito seco, sendo o mais quente dos últimos 92 anos.

 

O valor médio da temperatura média (19,19 graus Celsius) foi muito superior ao normal no período de referência (1971-2000), uma anomalia de +3,47 graus.

 

Já o valor médio de temperatura máxima do ar (25,87 graus), foi no final de maio o mais alto desde 1931, com uma anomalia de +4,91 graus.

 

Também o valor médio de temperatura mínima do ar (12,52 graus), foi muito superior ao normal, +2,02 graus, sendo o 3.º mais alto desde 1931 (mais altos em 2011 e 2020).

 

O instituto destaca que o dia 21 de maio foi caracterizado por temperaturas do ar muito elevadas, sendo que em 20% das estações meteorológicas o valor máximo da temperatura do ar foi registado em período noturno, entre as 00:00 e as 08:00.

 

No que diz respeito à quantidade de precipitação em maio (8,9 milímetros), o IPMA refere que foi muito inferior ao valor normal 1971-2000, correspondendo a apenas 13%.

 

No final de maio verificou-se uma diminuição significativa dos valores de percentagem de água no solo em todo o território sendo de realçar a região do interior Norte e Centro, Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, onde se verificam valores de percentagem inferiores a 20 %.

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