Investimento em energias ‘verdes’ cresce 50% desde outubro e ultrapassa 653 mil milhões de euros
O investimento em energias ‘verdes’ no âmbito dos planos de recuperação da crise pandémica cresceu 50% nos últimos cinco meses e ultrapassou os 653 mil milhões de euros a nível mundial, revelou a Agência Internacional de Energia (AIE).
Estes valores “sem precedentes” são mais de 40% superiores aos investimentos ecológicos compreendidos nos planos de estímulo dos governos após a crise financeira de 2008, destacou a AIE no relatório.
No entanto, este valor esconde alguns desequilíbrios, alertou a agência, nomeadamente o de serem as economias avançadas responsáveis pela maior parte do esforço, com 340 mil milhões de euros previstos para o efeito até final de 2023.
A organização considera ainda que aquele nível de investimento é “consistente” com o necessário para atingir a meta de zero emissões líquidas de dióxido de carbono (CO2) até 2050. Em contrapartida, espera-se que economias emergentes e em desenvolvimento gastem apenas cerca de 47 mil milhões de euros, até ao final do próximo ano, "um valor muito menor do que o necessário para alcançar um caminho para emissões líquidas zero em 2050", enfatizou a agência.
Ainda segundo a AIE, é muito pouco provável que a diferença entre as economias avançadas e as emergentes se reduza no curto prazo, já que governos com recursos orçamentais limitados agora enfrentam o desafio de manter alimentos e combustíveis acessíveis para os cidadãos, num contexto inflacionista devido à invasão russa da Ucrânia.
Fatih Birol, diretor executivo da AIE, disse no comunicado que "o mundo precisa de aumentar massivamente os seus esforços de implantação de energia limpa ao longo desta década, especialmente nas economias em desenvolvimento”, para “manter a esperança de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus".