O hidrogénio sendo melhor do que o gás natural tem de ser mais caro
As Conversas Online do Jornal Água&Ambiente arrancaram hoje com um debate sobre o papel do hidrogénio na descarbonização da Economia. José Medeiros Pinto, consultor de Energia, moderou a Conversa entre os especialistas Jaime Braga, da Direção da CIP, e Nuno Afonso Moreira, CEO da Dourogás.
A competitividade do hidrogénio foi um ponto quente no debate. Para Jaime Braga, a indústria só vai optar por esta energia “se o hidrogénio for minimamente competitivo”, pois nenhum projeto vingará “se não se construir com a competitividade, a qual pode ser natural ou provocada”, explica. O responsável considera que é necessário “encontrar soluções tecnológicas mais adequadas para que a componente apoio – que tem de existir sempre – não seja esmagadora”. Porque “se for esmagadora os projetos não terão futuro”, frisa.
Por seu lado, Nuno Afonso Moreira, sublinha que “o hidrogénio verde é uma energia melhor do que o gás natural”. E sendo melhor “é mais cara”, acrescenta. Mas “a taxação de carbono que hoje existe pode financiar a transição para o hidrogénio”, sublinha.
E o hidrogénio terá mesmo condições competitivas no futuro? Nuno Afonso Moreira acredita que sim: “no setor acreditamos que muito rapidamente o hidrogénio vai ter condições competitivas, quer seja por alterações tecnológicas quer seja pelo custo das emissões”.
Apesar das dificuldades apontadas pelos especialistas para o setor do hidrogénio, José Medeiros Pinto refere que “há um espaço ótimo para o hidrogénio produzido localmente, pois Portugal tem condições para produzir hidrogénio verde a partir de fontes renováveis”.